sábado, 22 de outubro de 2011

Devaneios


Vazia, sozinha com os pensamentos que adquiriu
Sentada nesse quarto escuro
Só enxergava o muro
E a barreira que construiu.
          
Afastava a cura
A doença trazia para si
A realidade é dura
Mas, talvez, seu fim seria assim.
       
Um corpo inanimado
Um precipício dentro de uma cabeça
Tudo o que tinha planejado
Talvez nunca aconteça.
              
Não conseguia mais sentir
Não havia como acreditar
Só restava para si mesma mentir
Que tudo iria melhorar.
             
Duas pessoas distintas
Vindo ao mesmo corpo ocupar
Encontrava-se no banheiro chorando
Por não saber qual lado escutar.
         
Ela só tenta escapar
De um mundo que ela mesma criou
Presa dentro de uma gaiola
Que ela mesma trancou.

(Dedicado à "Sociedade dos Poetas Vivos".)

6 comentários:

  1. Belo conto. Triste e belo. Adorei.
    Beijos, @lovlovemedo.

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  2. "Encontrava-se no banheiro chorando
    Por não saber qual lado escutar." Sinto ter me visto nesse D: Sinto porque não é uma história bonita. Gostei do poema, e espero que ela escute a voz certa.

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  3. Muito obrigada, "@lovlovemedo". :)

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  4. Obrigada, Nathália. Fico feliz por ter se identificado. Eu também torço para ela descobrir qual é a voz certa, mesmo com tanta dificuldade. Obrigada novamente. :)

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  5. Eu adoro esse! Um dos que eu mais curto. Kaue pequeno

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