domingo, 12 de fevereiro de 2012

Amargas Epifanias


E me perdi entre as mentiras e fantasias. Caí de bruços em uma grande ilusão. Tentei gritar, mas não pude emitir som algum... Minha garganta sufoca. E há algum medicamento capaz de curar ferimentos na alma?
Traço meus planos, sigo meus próprios caminhos. Desvio das cercas de leões vestidos de cordeiros. Meu interno agoniza, mas tudo que posso fazer é vestir meu casaco e sair pelas ruas desertas. Acelero o passo, o tempo voa, perde-se, e o pesadelo ainda me segue...
O doce se tornou amargo, o café esfriou. O que era imutável mudou.

Sou o fogo que queima minhas lembranças, sou o que escorre da minha consciência, sou a cinza que ficou do passado.
Eu sou nada, eu sou tudo. Sou o que não sobrou da razão. Sou o que não faz mais sentido. Uma doce desilusão.
O que restou de mim, afinal? Eu sou o que a vida ainda não me arrancou.
Em mim há uma enchente... Pois que tragam os botes, há muitas mágoas a salvar.

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